Minha lista de blogs

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

NATAL

 NATAL



O ano, mais uma vez, vai chegando ao fim. E é exatamente nesta época que o Espírito de Natal começar a se manifestar, a ser despertado em praticamente toda a civilização ocidental. Tivemos outros onze meses para que fôssemos tomados pelos mais sinceros sentimentos de fraternidades, mas, como bons brasileiros que somos, deixamos isso para a última hora também: os últimos dez ou quinze dias do ano!
Tomados pelo sentimentalismo exacerbado que a data traz, sentimo-nos, agora, mais amoroso, mais ternos, mais propensos à caridade. O menino de rua abandonado, que foi desprezado durante os outros onze meses, nesta ocasião é visto sob o olhar da piedade, e pode até ganhar um presentinho. O lixeiro, o varredor de ruas, a moça da padaria, o colega de trabalho, o irmão na fé, a família, todos ganham sorrisos e votos de FELIZ NATAL.
Mas o Natal passa, e leva consigo o tal espírito de Natal, e as pessoas voltam a se zangar, a sorrir menos e a se preocupar mais; a perdoar menos e não levar desaforo para casa; o menino de rua, o lixeira, a varredora, a moça da padaria, o colega, o irmão, a família passam despercebidos por nós, como sempre aconteceu. Ninguém tem mais tempo para eles. Comiseráveis sentimentos, só no próximo dezembro.

Por isso tudo, para muitos o Natal é uma festa injusta, em que milhares de pessoas se reúnem para promoção da hipocrisia das promessas humanas, afinal, quantos de nós estendemos esse sentimentalismo com relação ao próximo para os outros meses do ano? O Natal, ao contrário daquilo que acreditamos, não é uma festa momentânea. É quase um modo de viver, baseado nos princípios do cristianismo, que é atemporal, e não sazonal, como fizemos com o tal do espírito natalino.
Os que vivem o Natal são poucos; aqueles que apenas o comemoram, inúmeros. Mesmo assim, uma coisa é certa: o Natal age feito um gatilho. Ele não cria sentimentos poderosos. Ele apenas desperta aquilo que já existe dentro de cada um de nós...