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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Tática da substituição

  Tática da substituição





TÁTICA DA SUBSTITUIÇÃO:CURA-SE UM AMOR COM OUTRO AMOR OU A MELHOR TÁTICA É A AÇÃO DO TEMPO?

 

Os relacionamentos homem-mulher viraram o novo produto da sociedade moderna. Um bom exemplo disso é a contabilidade realizada por jovens enquanto se divertem na noite, a fim de verificar quantas garotas eles conseguiram “consumir”. E quando se afirma que o relacionamento se tornou mercadoria, isso nada tem a ver com a mercadoria típica do capitalismo moderno, e sim com aquela da Idade Média, comercializada à base de troca. Homens e mulheres vivem, atualmente, o cenário típico de um mercado feudal, em que a única diferença é a mercadoria comercializada: são eles próprios. Atualmente, troca-se de parceiro com a mesma frequência que um mercador da antiguidade trocava seu pacotinho de especiarias por um punhado de sal. Diante desse comportamento, que muitos rotulam de moderno, não seria exagero questionar quem sofreu maior desvalorização, se o pacotinho de sal ou se os homens e mulheres do novo século. Sabe-se que, séculos atrás, o escambo tinha propósitos bem definidos, que conduziam a economia local. A troca incansável de parceiros, nos dias de hoje, parece não ter objetivos que vão além da necessidade carnal. Quando muito, o escambo de parceiros serve como desculpa para esquecer um outro, “perdido” há poucas horas, não se sabe bem por quê. A banalização do outro e dos próprios sentimentos nada mais é que um método imediatista de que o indivíduo dispõe para saciar suas necessidades físicas de consumo carnal. Portanto, o caráter humano desses relacionamentos, que é a base de qualquer tipo de interação entre seres humanos, se dissolveu e passou a ser regido exclusivamente pelo instinto. E, convenhamos, ignorar por completo os apelos do racional e ser conduzido apenas por impulsos, de moderno, não tem nada! Aliás, nem na época das feiras de escambo, durante a Idade Média, a sociedade se mostrava tão arcaica. 

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