Vaidade em excesso
Vaidade em excesso
Por
Andrea Miramontes e Guilherme Bryan redacao@folhauniversal.com.br Numa
sociedade que supervaloriza a aparência física e a beleza, a busca pelo
corpo considerado perfeito é uma constante na vida de milhares de
pessoas que não gostam da própria imagem no espelho. A vaidade em
excesso lota academias de ginástica e, às vezes, leva as pessoas a irem
além, submetendo-se às mais diferentes técnicas de modificação do corpo.
Segundo o jornal francês “Liberation”, o Brasil é um dos países onde
mais se realizam cirurgias plásticas. Em 2008, foram 629 mil, segundo
dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, sendo a maior parte
de cirurgias estéticas. Quando o descontentamento com o corpo chega ao
extremo, ele pode ser sinal de um distúrbio psíquico denominado
Transtorno da Imagem Corporal. Segundo levantamento realizado em 2005, a
partir da aplicação de um questionário pelo Departamento de Psiquiatria
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a 164 estudantes de
medicina, a incidência do transtorno era maior em mulheres, 25%, do que
em homens, apenas 7%. “Os transtornos de imagem mais comuns são
anorexia, bulimia e vigorexia. A pessoa olha no espelho e se vê
diferente. Você pede a alguém com o distúrbio, e notoriamente magro, que
desenhe o próprio contorno corporal e essa pessoa se desenha gorda”,
explica a psicóloga Mara Pusch, da Unifesp. A profissional acrescenta
que o transtorno pode ser caracterizado por qualquer exagero na busca de
uma imagem ideal, caso das cirurgias plásticas. “Hoje, a plástica está
acessível para todos. Por um lado, ela ajuda a corrigir algo que
incomoda. Mas, por outro lado, ela vicia. Se ela dá certo, você busca
outra e acha defeito até onde não tem”, conta a miss Rio Grande do Sul
2009, Bruna Felisberto, de 22 anos, vítima de plástica mal-sucedida no
nariz (veja mais no texto ao lado). Felizmente, ela percebeu o exagero e
parou muito antes de ficar deformada, sensibilidade que faltou à
socialite norte-americana Jocelyn Wildenstein, que teria gasto, segundo
tabloides ingleses, 2 milhões de libras (R$ 6 milhões) em plásticas. O
objetivo era manter o marido – que a havia trocado por uma modelo russa
duas décadas mais jovem –, mas o resultado foi ela ter se tornado uma
aberração. Dentre os tipos do transtorno, a vigorexia, caracterizada
pelo excesso de musculação, é o que está se tornando mais frequente. “O
vigoréxico se vê muito fraco e tem uma compulsão por se tornar mais
forte, seja através de exercícios físicos ou do uso de drogas, como
anabolizantes. Um ambiente que hipervaloriza a estrutura corporal pode
deflagrar o distúrbio em quem tem tendência”, analisa Antonio Claudio
Lucas da Nóbrega, cardiologista e fisiologista da Sociedade Brasileira
de Medicina do Exercício e do Esporte (SMBE). Segundo o jornal britânico
“Daily Mail”, a cantora pop Madonna, de 50 anos, é uma das vítimas do
transtorno. Ela dedica pelo menos 3 horas diárias à malhação. “Os
músculos de Madonna não são superdimensionados com relação ao de um
atleta olímpico, porém o que é incomum é o quanto harmônicos e
bem-definidos eles são”, avaliou Martin MacDonald, especialista em “body
composition” (composição corporal, em tradução livre) da Universidade
de Loghborough, da Grã-Bretanha, à Folha Universal.A vigorexia, no
entanto, é mais comum entre homens, especialmente os de 18 a 35 anos,
com baixa autoestima e visão distorcida do próprio corpo. Eles costumam
dedicar pelo menos 3 a 4 horas diárias à modelação física. “Os mais
propensos são os homens com baixa autoestima, perfeccionistas, com
tendência obsessiva-compulsiva, depressiva e de ansiedade. A saída é
aceitar o seu tipo de corpo e entender que a mídia promove,
frequentemente, imagens não realistas do corpo masculino”, garante o
psicólogo clínico Roberto Olivardia, da Escola de Medicina da
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Olivardia foi parceiro do
psiquiatra Harrisom G. Pope, da mesma universidade, que cunhou o termo
vigorexia, ou Síndrome de Adônis, em 1993, num estudo que descobriu que,
de nove milhões de pessoas adeptas da musculação, um milhão poderia
sofrer dessa patologia, provocando a elevação da taxa de suicídios.
Outro dado do estudo foi a prevalência do transtorno em 10% dos atletas e
em 84% dos fisiculturistas competidores. “O indivíduo com vigorexia se
percebe com o corpo pequeno e fraco e, por isso, desiste de outras
atividades importantes na vida para manter uma rotina de treinos.
Conheço um rapaz que nadava de camiseta, pois achava que era muito magro
e que, se fosse forte, teria felicidade. Porém, quem tem a beleza e o
corpo como foco se frustra e pode ter depressão”, conta a psicóloga
Juliana Accioly Gavazzoni, especialista em vigorexia e mestre em análise
do comportamento pela Universidade Estadual de Londrina, no Paraná.
Como consequência, a pessoa pode sofrer com irritabilidade, dificuldade
de concentração, desinteresse sexual, fadiga persistente, perda do
apetite, maior suscetibilidade a infecções e incidência de lesões
musculares, além de problemas físicos nos ossos e articulações. Alguns
desses sintomas se manifestaram no rapper norte-americano Eminem, que
declarou estar obcecado por exercícios cardiorrespiratórios. “Os
vigoréxicos apresentam comportamento de dependência de exercício com
crises de abstinência quando impedidos da prática. Semelhante a outros
transtornos, como bulimia e anorexia, a negação faz parte do quadro
clínico. A aceitação de que apresenta o transtorno é o primeiro passo
para se tratar”, garante o professor Vladimir B. Modolo, do Centro de
Estudo em Psicobiologia do Exercício, da Unifesp. O efeito provocado
pelos exercícios físicos para algumas pessoas pode ser tão poderoso
quanto as drogas. Em agosto, pesquisadores da Universidade Tufts, nos
Estados Unidos, descobriram que ratos que praticavam exercícios tiveram
sintomas de abstinência iguais àqueles apresentados por viciados em
heroína. Outro estudo, feito pela Universidade de Massachussets, nos
Estados Unidos, em 2003, tinha apresentado resultado semelhante. Ainda
não há pesquisas comprovando a relação com seres humanos. De qualquer
forma, há especialistas que acreditam que a vigorexia deva ser cuidada
com a mesma seriedade destinada aos tratamentos para dependentes
químicos, uma vez que os exercícios provocam a mesma sensação de prazer e
dependência.
FUTSAL NA FUNDAÇÃO CASA UI- NOVA VIDA
Final de férias escolares é comemorado com futsal na UI-Nova VidaAs
equipes de futebol da unidade Nova Vida (V.Maria) participaram de mais
um jogo amistoso contra o time da Força Jovem da Igreja Universal do
Reino de Deus, da matriz do Brás-SP. A partida foi disputada na tarde de
sábado último (15/08), proporcionado aos jovens não somente o acesso à
atividade esportiva, como também incentivo à inclusão social e viver sua
vida em compromisso com Deus.Em clima de descontração, todos os
presentes puderam saborear pipoca com suco."Todos saimos vencedores",
ressaltou o diretor da unidade sr. Leandro Medeiros Della Mina ,que
também participou do jogo, premiando com medalhas os que mais se
destacaram na partida, e trofeus para os times da CASA,ofertados pelos
visitantes, em retribuição ao comportamento exemplar dos jovens
internos,pois princípios fundamentais como disciplina, respeito ao
próximo e obediência, fazem parte também do esporte e permearam a
atividade esportiva desta tarde. Ainda segundo o diretor da unidade,a
colaboração da Igreja Universal do Reino de Deus na recuperação dos
adolescentes é muito importante, pois também o esporte agrega valores
relevantes `a cidadania, estimulando o espírito de cooperação entre os
jovens que cumprem medida socioeducativa .
EVA
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