RECAÍDA NOS VÍCIOS:O QUE DECIDE O SUCESSO DE UNS E A DERROTA DE OUTROS É O TRATAMENTO, A DETERMINAÇÃO OU O PRÓPRIO ORGANISMO? “Eu, Christiane F., 13, Drogada, Prostituída” foi o maior best-seller da década de 70. A trama conta a história verídica da então jovem e rebelde alemã Christiane F., que experimentou a primeira dose de heroína aos 13 anos e aos 14 começou a se prostituir para sustentar o vício. Atualmente, com 46 anos, Christiane volta a ganhar destaque na imprensa mundial, mas, infelizmente, pelos mesmos motivos que a tornaram conhecida há mais de 30 anos. “Christiane tem buscado amizades da antiga época das drogas, passa a noite na casa de amigos e frequenta uma praça de Berlim famosa como ponto de venda e consumo de drogas”, noticiou o tabloide alemão B.Z. Após anos lutando contra o vício, a alemã virou uma espécie de símbolo de garra e persistência naquele país. No Brasil, a trajetória de Christiane foi utilizada inúmeras vezes como referência de que vencer o vício é possível. “Leitura indispensável para aqueles que estão passando, hoje, por aquilo que ela já passou e conseguiu vencer”, aconselhavam os terapeutas especializados no combate às drogas. No entanto, em recente entrevista a uma emissora de TV alemã, Christiane confessou ter muito medo de ter uma recaída mais dura e que ingere diariamente um medicamento usado no tratamento de dependentes de heroína. “Tomo diariamente uma pequena dose. O medicamento, para mim, é uma segurança para que eu possa criar meu filho e não caia definitivamente num buraco!” Christiane afirmou também que se sente à margem da sociedade. Desempregada, a alemã vive do dinheiro que ela recebe mensalmente dos direitos autorais da obra que a tornou famosa. Para os cientistas, depois que um viciado abandona as drogas, fatos simples ou vinculados ao consumo de narcóticos, como passar por um vizinho ou escutar uma melodia, podem despertar lembranças que o levam de novo ao consumo das substâncias. Por isso, a reincidência é tão grande. “Abandonar as drogas vai muito além de deixar de consumi-las. Quando a pessoa deixa de usar essas substâncias, ela passa a frequentar lugares diferentes, ter amizades diferentes e praticar atividades diferentes. Durante esse acentuado processo de mudanças, no entanto, o mundo que ela deixou não desaparece completamente. A pessoa pode ir à casa da nova namorada, mas se no caminho ela passar por um rua ou praça onde ela consumia droga, a lembrança pode levar à reincidência”, explicam os cientistas. Pesquisadores americanos já identificaram a parte do cérebro que parece processar as memórias que levam os ex-consumidores de drogas a reincidir. O próximo passo agora será desenvolver substâncias psicofarmacológicas capazes de atuar nessa região cerebral.
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
Recaída nos vícios
RECAÍDA NOS VÍCIOS:O QUE DECIDE O SUCESSO DE UNS E A DERROTA DE OUTROS É O TRATAMENTO, A DETERMINAÇÃO OU O PRÓPRIO ORGANISMO? “Eu, Christiane F., 13, Drogada, Prostituída” foi o maior best-seller da década de 70. A trama conta a história verídica da então jovem e rebelde alemã Christiane F., que experimentou a primeira dose de heroína aos 13 anos e aos 14 começou a se prostituir para sustentar o vício. Atualmente, com 46 anos, Christiane volta a ganhar destaque na imprensa mundial, mas, infelizmente, pelos mesmos motivos que a tornaram conhecida há mais de 30 anos. “Christiane tem buscado amizades da antiga época das drogas, passa a noite na casa de amigos e frequenta uma praça de Berlim famosa como ponto de venda e consumo de drogas”, noticiou o tabloide alemão B.Z. Após anos lutando contra o vício, a alemã virou uma espécie de símbolo de garra e persistência naquele país. No Brasil, a trajetória de Christiane foi utilizada inúmeras vezes como referência de que vencer o vício é possível. “Leitura indispensável para aqueles que estão passando, hoje, por aquilo que ela já passou e conseguiu vencer”, aconselhavam os terapeutas especializados no combate às drogas. No entanto, em recente entrevista a uma emissora de TV alemã, Christiane confessou ter muito medo de ter uma recaída mais dura e que ingere diariamente um medicamento usado no tratamento de dependentes de heroína. “Tomo diariamente uma pequena dose. O medicamento, para mim, é uma segurança para que eu possa criar meu filho e não caia definitivamente num buraco!” Christiane afirmou também que se sente à margem da sociedade. Desempregada, a alemã vive do dinheiro que ela recebe mensalmente dos direitos autorais da obra que a tornou famosa. Para os cientistas, depois que um viciado abandona as drogas, fatos simples ou vinculados ao consumo de narcóticos, como passar por um vizinho ou escutar uma melodia, podem despertar lembranças que o levam de novo ao consumo das substâncias. Por isso, a reincidência é tão grande. “Abandonar as drogas vai muito além de deixar de consumi-las. Quando a pessoa deixa de usar essas substâncias, ela passa a frequentar lugares diferentes, ter amizades diferentes e praticar atividades diferentes. Durante esse acentuado processo de mudanças, no entanto, o mundo que ela deixou não desaparece completamente. A pessoa pode ir à casa da nova namorada, mas se no caminho ela passar por um rua ou praça onde ela consumia droga, a lembrança pode levar à reincidência”, explicam os cientistas. Pesquisadores americanos já identificaram a parte do cérebro que parece processar as memórias que levam os ex-consumidores de drogas a reincidir. O próximo passo agora será desenvolver substâncias psicofarmacológicas capazes de atuar nessa região cerebral.
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